Mais algumas curiosidades suíças
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Mais algumas curiosidades suíças

12 dez 2016

Moro na Suíça faz 11 anos. Ou seja, quase um terço da minha vida. Parece muito quando vejo por essa perspectiva, mas ainda me pego aprendendo coisas novas quase todos os dias e me surpreendendo com as peculiaridades e curiosidades da Confederação Helvética. Como dá para ver na fotinho do enfeite do meu bolo de casamento, desde o início tentei abraçar os costumes daqui. Mas nem sempre foi ou é fácil.

mamaesnasuica_enfeite_casamento

Aqui estão algumas curiosidades que mais me chamaram a atenção quando me mudei para cá…

Contando com os dedos das mãos 

Se você pensa que para mostrar o numero “um” basta levantar o dedo indicador está muito enganado. Por aqui tudo começa no dedão! Sim, o dedão é o número “um” e o “dois” é representado pelo dedão e pelo dedo indicador e assim vai… kkkk. Agora que tenho filhos me acostumei. Mas demorou.

Ai ai ai, os números…

Ainda sobre os números, na minha opinião é uma das piores partes de aprender o alemão, tirando as preposições e declinações. Até dez tá valendo, mas depois disso os números desafiam completamente a lógica e é preciso, além de traduzir na cabeça, inverter sua posição mentalmente. 22 seria “vinte e dois” em português. Em alemão é lido “dois e vinte”. 175, que seria “cento e setenta e cinco”, equivale a “cem, cinco e setenta”. Estranho, não? Imagina então quando alguém está te falando um número de telefone e você precisa anotar ou quando precisa pagar a conta no restaurante e não te entregam uma continha no papel… Pânico!

“Sind Sie noch da?”

De que adianta passar meses e meses tentando aprender alemão se quando o telefone toca tem alguém falando suíço-alemão do outro lado da linha? Pronto! Você não entende nada. Por isso acho que falar ao telefone na Suíça é um dos terrores de qualquer estrangeiro que se muda pra cá. Mesmo depois de um tempo (ou muito tempo), quando você finalmente cria coragem para fazer ligações na língua do Goethe você ainda se pega em situações meio bizarras. Você liga para um médico para marcar uma consulta e a secretária/assistente pede para você esperar. Quando ela retorna ela SEMPRE pergunta: “Sind Sie noch da?” (algo como: “a Senhora ainda está aí?”). Obvio! Para onde eu teria ido, se você me pediu para esperar? Mas essa é uma frase tão batida que tenho a impressão de que faz parte do currículo escolar obrigatório.

“Quem está falando?”

Sem falar que as pessoas aqui atendem sempre falando seu sobrenome ou nome completo. Moro na Suíça faz muitos anos e faço questão de manter o “alô” quando atendo em casa. Claro que no trabalho uso meu nome, mas em casa atendo como eu quero. As pessoas ficam perdidas. Pra piorar tenho uma voz meio nasal então pelo “alô” elas não sabem se sou homem ou mulher e ficam sem saber como construir a frase seguinte (se usam feminino ou masculino). As vezes emendam perguntando quem está falando. Daí me divirto ainda mais. Se estiver de bom humor falo meu nome, mas se for telemarketing no sábado de manhã pergunto “com quem quer falar?”. Pronto, desrespeitei todas as regras de boa educação suíça! Bem, sorry pela inconveniência, mas isso é algo que me recuso a ceder. Me adapto a zilhões de coisas, mas esse é meu ato de rebeldia controlado, meu pequeno momento de infantilidade. Adoro e pretendo continuar assim. kkkk

O que você gostaria de beber? Agua ou vinho?

Não sei se isso é um hábito realmente suíço ou somente na casa dos “meus suíços”, mas normalmente as únicas coisas que eles oferecem pra beber são água com ou sem gás e vinho. Refrigerante nunca. Isso me deixava desesperada dez anos atrás, quando eu era louca por coca-cola. Cheguei a comprar um litro uma vez para levar em um jantar na casa do meu sogro, tamanho o desespero em que me encontrava. Hoje em dia me acostumei. E como atualmente frequento casas de amigos que também têm crianças, em último caso ataco um pouquinho de “sirup” (xarope de groselha) mesmo. Aliás, falando em sirup, um costume daqui que eu também adotei completamente é diluir tanto o sirup que o gosto e cor são de água suja. Coitadinhas das crianças brasileiras que vêm pra cá só de visita…. hehehehe

Quem tem medo do escuro?

Os suíços adoram luz indireta. Aliás acho que isso é bem comum aqui na Europa, com as casas iluminadas por luzinhas fraquinhas e bem aconchegantes. Ou velas. Se é por gosto ou economia de energia eu não sei, mas parece que todos preferem viver no breu. As vezes vemos que os vizinhos dos prédios da frente estão em casa, mas está tudo apagado. No meu apartamento anterior eu queria instalar uma lâmpada na varanda, mas fui advertida de que poderia receber reclamações oficiais dos vizinhos pelo excesso de luminosidade. Pode??? Se pudesse instalava lâmpada fluorescente pela casa toda ou me mudaria de vez para um hospital. Como não funciona nem um nem outro acabamos comprando abajur para todos os cômodos e instalamos luzes com dimmer pela casa toda, assim quando eu passo eu aumento e quando meu marido passa ele diminui a intensidade da luz… kkkk. Velas eu adoro!! Mas como meu filho de três anos também tem fascínio pelas chamas acho melhor evitar…

E você? Tem outras “curiosidades” para compartilhar? Eu tenho uma lista imensa. Com certeza tema para muitos outros posts 😉

 

Com carinho,
Grazi

Com carinho, Grazi
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1 comentário
  1. Aldemir
    23 maio 2023

    Ola Rita, boa tarde.

    Estou iniciando um serviço de viagens para a Suiça. Trens e cable car – você por acaso recebe os turistas ai na Suiça?
    A ideia é estabelelcer uma parceria com a pessoa-empresa ai na Suiça para fazer a assistência aos grupos qu levaríamos para desfrutar dos passeios de tren e cable car.

    Obrigado

    Ademir Lins
    11 99707-7733 whatsapp