Hoje é dia de Samichlaus (Papai Noel)
Costumes e tradições

Hoje é dia de Samichlaus (Papai Noel)

06 dez 2015

 

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Foto retirada do site Chlaus.ch

Bem diferente da tradição anglo saxônica na qual o Papai Noel, um velhinho simpático e gordinho todo vestido de vermelho que mora no Pólo Norte e na véspera de natal entrega  presentes para as crianças. Aqui na Europa o catolicismo iconizou  São Nicolaus na figura do verdadeiro Papai Noel.

São Nicolaus nasceu na Turquia, na cidade de Demre, antigamente conhecida como Myra. Ele teria sido ordenado bispo aos 19 anos de idade e toda sua riqueza teria sido doada aos pobres,
ficou conhecido por sua caridade e afinidade com as crianças. Ele faleceu no dia 06 de Dezembro, hoje, celebramos na Europa o seu dia.

Na Suíça alemã é conhecido por Samichlaus  e esta sempre trajado com vestimenta de bispo (branca e vermelha) e de longas barbas brancas.  Conta com a ajuda do schmutzli (sujinho) uma figura assustadora que é o oposto da figura do bom e simpático velhinho. A função do sujinho é castigar as crianças que não foram obedientes durante o ano, colocando-as no saco e levando para morar na Floresta. Esses nomes variam de países para países por exemplo na Alemanha o ajudante chama-se Knecht Ruprecht (criado Ruprecht) e na Áustria Krampli.

Eu já ouvi algumas diferentes histórias  — em geral na noite do dia 05 o Samichlaus vem e deixa na porta um saco com guloseimas e no dia 06 quando as crianças acordam encontram o saco  e é uma verdadeira alegria — ou também no dia 06 de dezembro Samichlaus e sujinho deixam a sua casa na floresta negra, montados num burrinho e vão  visitar algumas crianças  de casa em casa. A família se reúne para esperar-los. Quando eles chegam, as crianças  sentam-se ao redor deles e então o Samichlaus auxiliado por Schmutzli abre um grande livro e começa a ler para a criança tudo de bom e ruim que ela fez durante o ano (geralmente essas informações são passadas a ele duas semanas antes ou na hora discretamente pelos pais). As que tiveram comportamento bom, ganham um saco com guloseimas , cada família prepara o saquinho com as mesmas  que são entregues discretamente para o Samichlaus. No saquinho geralmente contem: mexericas, chocolates, amendoim, lebkuchen que é um pãozinho de gengibre, muito consumido no natal por aqui. Você pode adquiri-los diretamente nos supermercados ou montar o seu próprio.

Esse ano recebemos o convite de nossa vizinha para a visita do Samichlaus, ela me disse que organizou a visita diretamente com grupo de Samichlaus da cidade ela me indicou o site Chlaus.ch . Não sei como funciona muito bem em outras cidades mas em Zurique por exemplo tem uma associação chamada St. Nikolausgesellchaft der Stadt Zürich onde você pode contrata-los.

Para o Nico foi uma experiência nova. Ele ficou tímido diante do Samichlaus e sujinho e não quis participar da roda. Todas as outras crianças ficaram ouvindo com atenção e encantadas de alguma maneira com a presença do Samichlaus algumas até deram de presente  a chupeta pro Schmutzli, uma boa tática para aqueles que ainda estão na fase da chupeta. Já no final quando eles estavam indo embora , o Nico perdeu a timidez e falou com o Samichlaus.

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Nos cantões católicos a tradição do Samichlaus tem uma grande importância e são festejadas geralmente no dia 05  com procissões e festa como em Friburgo onde São Nicolaus é o padroeiro da cidade. Todo ano eles organizam a Nikolausfest.

No cantão Schwyz todo ano  tem uma das mais bonitas festas em homenagem a São Nicolaus a Klausjagen uma procissão lindíssima que conta com a presença de mais de 20 mil espectadores.

Em Zurique todo ano no primeiro domingo do advento tem a Samichlaus umzug(parada do papai Noel ) esse ano tivemos a oportunidade de assistir ao desfile.

O Nico está aprendendo que uma das coisas legais de crescer numa família multicultural é justamente poder vivenciar um pouquinho de ambos os lados, hoje foi o Samichlaus, hoje foi o dia do seu nome, no dia 24 será o nosso Papai noel com presentes debaixo da árvore, sempre uma nova experiência até para essa mamãe aqui.

 

 

 

Com carinho, Rita
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