Sua família é musical?
Nossas experiências

Sua família é musical?

14 abr 2017

Sou filha única em uma família pequena e nossa aptidão musical é nula. Então música foi mais uma novidade na minha vida desde que conheci meu marido e ingressei em uma nova família. Apesar da fama do gingado e ritmo brasileiros eu não sei dançar, cantar e nem tocar nenhum instrumento. Os “meus suíços” devem ter ficados decepcionados comigo, mas eu fiquei encantada com eles. Parece que aqui todos são dotados de algum talento musical.

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Não que eu não tenha tentado. Na infância fiz um mês de aulas de piano e como não aprendi a ler partitura desisti. Quanta força de vontade, né? Já na Suíça, antes de ter filhos fiz aulas de forró e salsa com meu marido. Mas parece que eu nasci com os dois pés esquerdos. Olhando para trás me lembro que na minha formatura meu avô dançou valsa comigo e no meio da dança soltou com carinho “nossa Grazielinha, você dança muito mal”. Pronto, se eu já tinha complexo, ali ele foi sedimentado de vez.

Não sei como é hoje em dia no Brasil, mas quando eu era criança também tínhamos aula de educação artística e música. Mas acho que era mais de forma lúdica e não para aprender mesmo um instrumento. Aqui sinto que a maioria das crianças (ou seus pais) escolhem um esporte e um instrumento para elas aprenderem. Pelo menos essa é a mentalidade da “minha família Suíça”. Meu marido tocou violoncelo por 20 anos, sua irmã sabe tocar piano e toca violino em uma orquestra, meu cunhado canta no coral e assim vai.

Eu toquei coquinho quando pequena. Sério!! O único instrumento que toquei foi coquinho em uma peça da escola. Tentei pandeiro mas não funcionou. Depois atabaque, mas perdi o ritmo no meio da aula e então a professora me colocou no coquinho. Nessa apresentação me lembro que as meninas pequenas e bonitinhas dançaram frevo na frente, enquanto que eu, grandona, fui colocada no fundo tocando coquinho. Eureka! Acho que foi aí que surgiu o meu complexo. Hahaha, vou correr pro divã de um psicanalista!!

Voltando… ainda não colocamos a Isa em nenhuma aula de música mas ela tem mostrado interesse por flauta. Acho que todos começam por aí. Ela ganhou uma de brinquedo de um amigo e toca que é um horror. Mas eu digo que está lindo. Tudo pela motivação. Meu marido incentiva bastante e acha que devemos (leia-se “eu devo”) contatar o conservatório de música local para que ela experimente um instrumento e comece a fazer aulas. Concordo. Mas difícil está incluir mais essa atividade na agenda dela (e minha!!). Por experiência própria ele fala que a música traz disciplina, ensina a lidar com frustração, fortalece a autoestima e aumenta a coragem para tocar para o público, ensina que a criança consegue resultados bons quando treina bastante… a lista de benefícios é imensa. Eu não quero e nem conseguiria dizer algo contrário. Mas mesmo assim não é muito fácil estimular algo com o qual não sinto nenhuma afinidade.

Mas estou trabalhando nisso. Quando me desencorajo penso no lado materno da família do meu marido. Os tios e primos deles são dinamarqueses e estiveram no ano passado na nossa casa. Depois do jantar, uma caipirinha e algumas taças de vinho o namorado da prima sacou o vilão e eles deram um show na minha sala. Prima, tio e tia cantando lindamente. Eu, mesmo com tanto álcool na veia só consegui filmar tudo, morrendo de inveja e de orgulho. Até Garota de Ipanema “cantaram”. Esses dias participei de um evento em Baden, organizado pela Adapte-se, e vi uma apresentação do Coral Canta Brasil. Que lindo! Eles fazem um trabalho super legal e o canto para eles é como terapia. Estou até pensando em participar. Quem sabe descubro dentro de minha uma voz escondidinha e me solto um pouco. Nem que seja lá do fundinho, já que grande eu continuo sendo 😉

E enquanto isso bóra procurar aula de música para a Isa antes que ela destrua nossos ouvidos com a flauta!!

Beijo com carinho,
Grazi

Com carinho, Grazi
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